quinta-feira, 24 de novembro de 2011




Eu sei que a dor não passou. Mas quem disse que eu estou fazendo pressa para ela passar? Lentamente deixo ela ir embora. Eu tenho tempo. Mudanças a fazer. Não me preocupo em ser feliz sempre. Hoje em dia é assim: deixe doer no máximo três dias e acabou. É hora de levantar-se e seguir sozinho. Eu com certeza deveria me elogiar. Não fui tão dramática. Não me humilhei. O futuro que me aguarde. Eu só segui a minha intuição. Eu só escrevi. Eu não sei quanta dor eu liberei, mas ela está passando. Esse é o problema das pessoas: espera que a dor seja liberada em um dia. Dor é como dieta, é como crescer. Talvez não pareça ter modificado em nada, mas espere quatro dias e você terá emagrecido. Espere quatro anos e você terá crescido. Na vida tudo é assim, ou você espera ou recebe consequências ruins quanto a sua falta de paciência. Olha, eu sei que é difícil de acreditar agora (eu mesma não acreditei quando me disseram isso há quatro dias atrás) mas: dor passa. Pense em sua vida. Você já sofreu tanto. Mas chegou aí. Não encare a dor como algo totalmente ruim por que muitas vezes ela é libertação. Final de um ciclo e o começo de um outro. Libertação. É preciso chorar muito, é preciso sofrer muito mas depois se é feliz. Ninguém é infeliz para sempre. E ninguém é feliz para sempre. Como disse Antônio Prata: “quem é que disse que precisamos ser felizes sempre? Isso é bobagem”. Talvez eu chore de noite e volte a ficar infeliz. Mas é preciso. Já encarei tantas dores para chegar aqui. Por que eu iria voltar o caminho logo nessa? Por que eu iria me curvar? Dor é assim. E enfrentarei muitas outras, se quer saber. Preparada ou não, a vida é assim. O mundo que me aguarde.

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